segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Reclusão

Ela estava sozinha. Na imensidão daquele vasto império criado por ela, não conseguia ver ninguém a sua volta. De nada adiantava festa em família, farra entre amigos, risadas no parque com os galanteios de seu cachorro ou um ambiente de trabalho agradável e estimulante. O problema estava nela, dentro do seu infinito particular.

As decepções do passado tomaram conta do seu coração. A bobinha estava cansada de ser feita de trouxa. Foi então que ela resolveu se ausentar daquele mundo, repensar seu comportamento e se entregar à fantasia. E tudo aquilo foi se transformando em solidão. Os amigos se afastaram e a vontade de estar entre eles foi embora com a correnteza do rio. Ficaram poucos, os verdadeiros e bons amigos. Aqueles que incentivavam, davam bronca e opinavam das suas atitudes infantis.

Com o tempo, ela sentiu a necessidade de voltar a sorrir com o coração, com a alma. Aquele sorriso de todos os dias nada tinha a ver com o que ela estava sentindo falta: o que deixa sem ar, sem noção do tempo, sem palavras e com muita vontade de continuar lutando. O mundo criado por ela, dentro do seu quarto fechado, era perfeito, mas não real. O seu comportamento começou a não ter mais sentido.

E, de repente, ela acordou, suspirou e sorriu emocionada. Era aquele sorriso de antes, sem sentido. Foi aí que ela se olhou no espelho e decidiu:

- Eu sei que vai ser difícil, mas vou conquistar de volta tudo que deixei escapar nesse tempo de reclusão.

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